30 de mai. de 2010

Independência ou Morte!


Embora a independência política do Brasil tenha sido um "arranjo político", segundo a expressão do historiador Caio Prado Jr., ela implicou uma acirrada luta social. Várias camadas sociais disputavam a liderança, desejando imprimir ao movimento libertador o sentido que mais convinha e interessava a cada uma. No final, venceu a aristrocacia rural dos grandes proprietários escravistas. Alguns fatos curiosos: na proclamação, D.Pedro não estava viajando a cavalo, já que para viagens longas só era usado o burro. Além disso, o imperador tinha acabado de se encontrar com sua amante Domitila de Castro, por isso viajava secretamente e não poderia estar com uma grande comitiva e nem usando traje oficial. Mais: o famoso grito não aconteceu às margens do riacho do Ipiranga, como sugere a letra do Hino Nacional; o príncipe bradou a célebre frase no alto da colina próxima ao riacho, onde sua tropa esperava que ele se aliviasse de um súbito mal-estar intestinal. O Brasil pagou 2 milhões de libras a Portugal pela Independência; D.Pedro não pediu nenhuma possessão portuguesa - caso de Angola, na África, cuja elite quis fazer parte do Império do Brasil para facilitar o tráfico de escravos.

Recomendação do dia: O livro "As Quatro Coroas de D.Pedro I", de Sérgio Corrêa da Costa - ed.Paz e Terra, no qual, a partir da análise de diversos documentos de época, o autor relata as oportunidades que teve o imperador de governar outros países; as "Quatro Coroas" seriam da Grécia e da Espanha,além de Portugal e Brasil.