30 de jun. de 2011

O Largo da Carioca








Nos tempos primitivos da cidade do Rio de Janeiro, existia uma lagoa (depois chamada de Santo Antonio) na qual vinham banhar-se índios mansos e beber a água bois de um curral existente ali perto. Esse local é hoje chamado de Largo da Carioca, cuja história está intimamente ligada ao Convento Santo Antonio. O Convento teve sua origem em uma pequena ermida nas margens da lagoa, que foi ocupada em 1592 pelos freis franciscanos. Para drenar a lagoa, os religiosos franciscanos abriram uma vala, cujo trajeto deu origem a uma nova via chamada Rua da Vala, atual Rua Uruguaiana. Em 1723 foi inaugurado no local o primeiro Chafariz da cidade, o Chafariz da Carioca, depois substituído por um outro, construído em 1750; após a lagoa ter sido drenada e aterrada, ambos passaram a ser abastecidos pelos aquedutos que vinham do Morro de Santa Teresa. Nos anos 50 do século XX, uma parte do Morro de Santo Antonio foi demolida para que fosse feito o Aterro do Flamengo, mas o setor onde estava localizado o Convento e as igrejas foi preservado. Grandes modificações foram feitas durante a década de 70, quando quase todos os antigos prédios que rodeavam o largo foram demolidos. O subsolo do Largo é agora ocupado por uma das maiores estações do metrô da cidade. Todo o trânsito de carros foi suprimido e o Largo hoje é reservado para pedestres. O Mosteiro e a Igreja de Santo Antônio têm sido bem conservados ao longo dos séculos, permanecendo no que restou do antigo Morro de Santo Antônio, hoje quase totalmente demolido.

24 de jun. de 2011

O Imperador Filósofo


O imperador Marco Aurelio foi ao mesmo tempo um governante exemplar (tendo posto à prova seus dotes militares frente aos numerosos inimigos que ameaçavam as fronteiras do império, desde a Partia até a Germânia) e um filósofo, que em sua obra "Meditações", escrita durante suas campanhas, nos revela seus pensamentos mais íntimos. Nos retratos antigos de Marco Aurelio, conhecemos bem seus traços: cabelos crespos, expressão melancólica, barba cerrada, apropriada aos filósofos e atitude resoluta. Em uma das máximas escritas em seu livro, conclui: "É ridículo não tentar evitar sua própria maldade, pois isso é possível, assim como é ridículo tentar evitar a maldade alheia, pois isso é impossível". Enfermo de peste, Marco Aurelio morreu em 17 de março de 180, aos 58 anos, em sua tenda às margens do rio Danúbio, durante uma de suas campanhas contra os bárbaros. Em seu último discurso, despediu-se dos generais e delegou o comando supremo a seu único filho homem - Cômodo - que, esquecendo o exemplo do pai, rapidamente se converteu em um déspota cruel e fanático pelos jogos do circo.

17 de jun. de 2011

Sinos


Herdado dos portugueses, o hábito de fazer ecoar os sinos para marcar acontecimentos importantes virou rotina nas cidades do período colonial. Os sinos e os relógios das igrejas alardeavam incêndios e davam o "Toque do Aragão", que anunciava a todos a hora de se recolher para suas casas. Na época, muitos ganhavam a vida como sineiros. Para anunciar o nascimento dos filhos de gente rica e abastada, pagava-se quatro vinténs e meia pataca. Se a criança fosse do sexo masculino, o sino da matriz ecoava nove vezes; já para o nascimento das meninas, os sineiros davam sete badaladas.

(Na foto, a Igreja de São Francisco de Paula, no Rio de Janeiro, em aproximadamente 1893 ou 1894. Vista tomada provavelmente da rua do Cano (atual Sete de Setembro). Em primeiro plano, telhados do casario, destacando-se a fachada de fundos da igreja (erguida entre 1759 e 1802).

12 de jun. de 2011

A Morte de Napoleão


A versão oficial da morte de Napoleão, baseada numa autópsia, é de que o imperador morreu no dia cinco de maio de 1821, aos 51 anos, devido a um câncer no estômago, exilado na Ilha da Santa Helena. Uma outra versão, conhecida como teoria da conspiração, diz que Napoleão teria sido envenenado pelos britânicos ou pelo seu confidente, o conde Charles de Montholon, que teria sido pago por franceses temerosos do retorno de Napoleão a Paris. A evidência científica da teoria da conspiração se baseia numa análise química feita em 2001 numa mecha de cabelos que teria sido recolhida após a morte de Napoleão. A análise registra traços de arsênio. Há uma lenda que diz que Napoleão foi enterrado sem o pênis, amputado horas depois de sua morte. Depois de 170 anos a relíquia apareceu nos Estados Unidos, guardada por John Lattimer, professor de Urologia da Universidade de Colúmbia, em Nova Iorque. A amputação teria sido feita pelo médico francês Francesco Antommarchi, despachado para Santa Helena para cuidar do mal que acabou por matar Napoleão. Antommarchi, um anatomista que pouco entendia de doenças, irritou o intempestivo corso, que o recebia a cusparadas e insultos. "Foi a vingança do médico", disse Lattimer. Embora seja provável, não está provado que tenha sido o médico que fez a autópsia, Dr. Francesco Antommarchi, a subtrair o órgão genital de Napoleão. Na sala estavam presentes dezessete testemunhas, sete médicos ingleses, duas criadas de Napoleão, um padre de nome Vignali e ainda um servo árabe de nome Ali. Haveria, portanto, 29 suspeitos. Embora os rumores persistam até os dias de hoje, a tal amputação nunca foi comprovada.

2 de jun. de 2011

O Porto do Rio de Janeiro






Após ser descoberta pelos membros da expedição exploradora portuguesa de 1501, que a confundiram com a foz de um grande rio, denominado como "Rio de Janeiro", a Baía de Guanabara tornou-se o principal acesso à cidade do Rio de Janeiro durante séculos. No século XVIII, com o desenvolvimento da mineração, o Porto do Rio de Janeiro tornou-se o principal centro exportador e importador para as vilas de Minas Gerais, por onde saíam ouro e diamantes e entravam escravos e manufaturados, entre outros produtos. A partir de meados do século XIX, começaram a surgir planos de melhoramentos do porto para atender as necessidades sempre crescentes do seu comércio, tendo as obras sido iniciadas em 1889. Os jornais de 1904 descreveram o Porto do Rio de Janeiro como um sonho, o símbolo do renascimento da cidade. As obras transformaram o Rio, com a demolição de pelo menos três morros do Centro, o aterro de 1,7 milhão de metros quadrados da Baía de Guanabara e o prolongamento do Canal do Mangue. Passados cem anos do início da construção, o mesmo porto que nasceu como o ancoradouro mais importante da América Latina, transformou-se num gigante estrangulado pela explosão urbana e sucateado pela histórica falta de investimentos.