A tese de que os movimentos fascistas fora da Itália e Alemanha foram imitações apagadas e mal sucedidas parece sustentar-se apoiada em alguns exemplos na América Latina. O PNC(Partido Nazista do Chile) nunca teve grande importância; na Argentina, surpreendentemente, a despeito ou talvez devido à força das ideologias da ala direita, nenhum grande partido fascista vingou na década de 30. Não foi o que ocorreu no Brasil; em 1932 nasce a AIB(Ação Integralista Brasileira) denunciando, segundo o líder do movimento Plínio Salgado, "...a confusão reinante após a Revolução de 30" e exigindo um Estado intervencionista e com amplos poderes. Salgado conhecia Mussolini pessoalmente e certamente foi influenciado por este; tal qual o Fascismo europeu, a ideologia integralista elencou como adversários a combater, o Liberalismo, o Socialismo, o Capitalismo internacional e os judeus, não excluindo a utilização de meios violentos nessa luta. Chegando a reunir mais de 1.000.000 de militantes em 1937 (chamados de "camisas-verdes" devido ao uniforme), a AIB esfacela-se no ano seguinte, após uma fracassada tentativa de chegar ao poder através de um ataque ao Palácio da Guanabara e com Plínio Salgado sendo forçado a rumar para o exílio em Portugal.
(Na gravura, capa da revista "Anauê", saudação de provável origem tupi, significando "meu irmão" e que era utilizada pelos militantes integralistas)
Recomendação do dia: O livro "A Anatomia do Fascismo", de Robert O.Paxton - Ed.Paz e Terra - onde o aclamado historiador norte-americano demonstra que para compreender o Fascismo, temos que examiná-lo em ação, levando em conta o que ele fez e não apenas o que dizia ser.
|