1 de dez. de 2006

Meu Pai


Nunca havia visto meu pai chorar. Por isso doeu tanto aquele momento no qual lhe disse ter trancado o curso de Engenharia Mecânica na Universidade Gama Filho para tentar o vestibular de História no ano seguinte. Trabalhando na Petrobrás desde 1960, tendo começado como um simples operador e chegado à aposentadoria como supervisor, cargo máximo que se pode atingir com o nível de escolaridade que possuía, papai desejava ver seu filho mais velho formado engenheiro, a fim de que pudesse alcançar na empresa um status que ele nunca pôde obter. Eu, porém, tinha outros planos.

(A gravura acima encontra-se no site da enciclopédia virtual L'agora, um precioso instrumento de pesquisa para quem domina o idioma francês).
Recomendação do dia: O livro "Quase Memória, Quase Romance", de Carlos Heitor Cony, Ed. Companhia das Letras - Uma obra-prima. O autor alterna em grande estilo momentos de ternura e humor ao narrar episódios de sua vida ao lado do pai.