27 de jul. de 2011

Guernica


Durante a Guerra Civil Espanhola, na tarde de 26 de abril de 1937, quarenta e cinco bombardeiros e caças da Legião Condor (composta por aviões italianos e alemães), atacaram a localidade de Guernica, passagem obrigatória das forças republicanas em retirada, mas com objetivos militares de pouca importância (apenas uma ponte, a estação ferroviária e uma pequena fábrica de armas leves). Técnicas de bombardeios de precisão ainda não eram dominadas e, como os aviões lançaram as bombas de grande altura, o povoado foi atingido, provocando um enorme incêndio que matou cerca de 300 pessoas e deixou um número ainda maior de feridos. A destruição da pequena cidade pôs a opinião pública internacional contra os franquistas. Formou-se uma comissão em Londres para investigar as responsabilidades e, em Berlim, o líder da Legião Condor negou ter atacado a cidade. O SIPM (serviço secreto de Franco) divulgou a versão de que a cidade havia sido dinamitada pelos próprios republicanos, apresentando inclusive os testemunho de prisioneiros. A comissão britânica aceitou esses testemunhos e afirmou que 71% das habitações haviam sido destruídas por incêndios gerados pelos republicanos e essa versão foi alardeada pela propaganda franquista para negar o famoso bombardeio. A utilidade dos serviços secretos, nesse caso, foi demonstrada à perfeição.

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